sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Estratégias para desenvolver pesquisas na internet

A internet agrupa a maioria das tecnologias intelectuais. Ela parece uma colcha de retalhos... é máquina de escrever, relógio, rádio, enciclopédia, mapa, telefone, televisão, etc. Quando absorve uma mídia, essa mídia é recriada à sua imagem, exercendo grande influência além da tela do computador. Como uma máquina, a internet coleta, transmite e manipula a informação de forma eficiente e automatizada, entretanto, essa máquina também está controlando, cada vez mais, as pessoas que buscam nela e extraem dela as informações.


Nesse sentido, essa fantástica ferramenta que trabalha de forma mais eficiente está engessando nosso cérebro, levando-nos a pensar menos e pouco nos encorajando a fazer uma leitura prazerosa, mais lenta e concentrada. É inegável que a maneira como a maioria da informação nos chega, via inteligência artificial, perpassando por nossos olhos, ouvidos e pela mente, é atraente, vem causando uma revolução, porém vêm nos impedindo de manter concentrados por muito tempo, além de compreendermos melhor o mundo e o nosso entorno.

A agitação da vida moderna, consequentemente refletida no estilo promovido pela internet, de eficácia e imediatismo, está enfraquecendo nossa capacidade de pensar em profundidade, nos deixando mais preguiçosos e incapazes de contemplar. O “seleciona tudo, copia e cola” tem transformado a maneira de como nós, e em especial nossos alunos, nos relacionamos com o que lemos e interpretarmos, além das formas como reproduzimos tais informações. Embora os blogs, e-mails, mensagens instantâneas, sites de relacionamento também vêm promovendo a redescoberta da comunicação nas aulas.

Ao pesquisar na internet, devemos fazê-lo como método científico, como se estivéssemos folheando um livro, uma enciclopédia, uma revista, um jornal, etc., porque mesmo sendo fácil e inesgotável fonte de leitura e pesquisa, reproduzir integralmente o pensamento alheio, além de plágio e antiético, não estamos desenvolvendo nossas competências e habilidades para observar, selecionar, falar, ler, escrever, analisar, comparar, experimentar e desdobrar o pensamento.

Tal revolução se dá também por conta dos editores de textos, que são soluções que nos auxiliam a cortar, mudar de lugar, ampliar, eliminar palavras, frases e parágrafos, dando ao texto uma nova roupagem e uma nova composição. Para que façamos bom proveito de tanta riqueza, devemos, enquanto professor, definir junto à turma claramente os objetivos da investigação e onde encontrar informações confiáveis, sobretudo, porque nelas trazem imbuídas as opiniões do autor.

Não podemos compactuar com a facilidade de encontrar o que desejamos em um simples toque no Google ou em sites de busca. Não desejamos ficar "boobos". Precisamos sim nos policiar, incluir desafios que questionem e ampliem o conhecimento. Alertar nossos alunos e não compactuar com a falsa impressão de que estamos tendo acesso ao verdadeiro conhecimento. A web é instrumento, ferramenta que deve ser utilizada para complementar e intervir o que nosso cérebro é capaz de pensar, produzir e refletir e não ser ela à substituição dele.

Marluce Rocha

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